Outro dia eu estava lendo um texto sobre criatividade e encontrei a seguinte citação: “O que distingue um físico criativo do não criativo: o físico, apesar do seu conhecimento, em uma parte de si tem uma criança com a curiosidade e a candura da descoberta que caracterizam a maioria das crianças até serem deformadas pela sociedade adulta.” (PIAGET, Jean. Criatividade, educação e conhecimento do novo, Editora Moderna, 2001, pg 20).
Vocês conhecem a letra da música Da Aurora ao Luar de Arnaldo Antunes? Para ativar a reflexão sobre os diversos estímulos que marcam a vida, o cotidiano do processo de ensino-aprendizagem e sobre os quais nem sempre nos damos conta – cenas, textos, imagens, vivências e experiências, leiam com atenção a letra e depois ouve a música
Quando você for dormir/ Não se esqueça de lembrar / Tudo que aconteceu / Da aurora até o luar
Toda noite lembra o que aconteceu de dia / Sonha para o sono vir
Toda noite cria o que acontecerá de dia / Para o novo dia vir
O que seus olhos viram de interessante ontem? O que seus ouvidos escutaram que marcou o seu dia? O que você aprendeu? Para que servirá em seu trabalho como docente toda a aprendizagem que você vem acumulando ao longo da sua vida nas mais diversas experiências? O que você traz das suas variadas vivências? E o que pode ser interessante para os seus alunos? O que será que eles também trazem...? A música propõe o exercício de lembrar de tudo o que vimos durante o dia, desde a hora que acordamos até os últimos minutos antes de dormir. Mas para que isso seja possível devemos nos esforçar durante o dia, resgatando a capacidade de assombro, ou seja, buscar ver as coisas como se fosse à primeira vez e se impressionar com tudo. Voltar a ser criança.