quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A verticalização urbana em Goiânia.

Quando eu era pequeno ficava entusiasmado com aqueles arranha-céus dos desenhos animados que via na televisão principalmente dos desenhos do Homem-Aranha. E como toda criança desejava profundamente que a minha cidade também fosse igual a do desenho.

Hoje, o que se vê, em Goiânia, são prédios se erguendo dia após dia, um atrás do outro, criando uma verdadeira selva de pedras, modificando rigidamente nossa paisagem urbana... Os corretores vendem apartamentos como se estivessem vendendo a Salvação... Ou lhe garantindo a tão almejada FELICIDADE.

Hoje, vendo essa especulação imobiliária desenfreada por toda cidade, tenho uma opinião bem diferente de quando era criança... O “preço” que se paga para ter uma cidade tão vertical, não me parece um bom negócio... O que vejo são as ruas da cidade entupidas de carros, gente para todo lado, aonde você vai tem gente e muita gente. Problemas de toda espécie... Problemas de transito, estresse, saúde, etc, etc e etc.

Nós nem temos praia na cidade, mas já temos uma "Orla"!!! Veja a muralha que levantaram ao redor do parque Flamboyant no setor Jardim Goiás, próximo ao Estádio Serra Dourada. Até parece que estou em Copacabana, no Rio de Janeiro, sem praia é claro!

Eu não sou tão radical assim, as pessoas tem que morar em algum lugar, é claro. E quem não gostaria de morar num setor onde tudo é perto (farmácia, padaria, supermercado)? Observando os transtornos advindos dessa concentração de gente por m2, faço a seguinte pergunta: será que Goiânia necessariamente precisava ser uma cidade tão vertical? Ou será que mais uma vez estamos copiando modelos de outras culturas, sem antes fazermos um estudo prévio e avaliar a verdadeira necessidade da nossa cultura? Essa é a questão!!!

Saudades dos tempos de quando por aqui cheguei, início de 1989. O transporte público funcionava, não tinham tantos carros nas ruas, a cidade não era tão inchada... E as pessoas pareciam ser mais amigáveis!!! Bom, mas esse é o preço que se paga pela modernização...

Fotos: Marcos Galdino. Goiânia, Janeiro de 2012.